quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Indigestão.




E é claro que foi assim de novo,
ele despertou lavou o rosto inchado pela bebedeira do dia anterior
se arrumou pra mais um dia sem nada pra fazer.
A falta que eu não sei de que me pertuba notóriamente e aumenta a minha necessidade de tomar mais um daqueles diazepans que tranquilizam meu ego.
As vezes dou um pulo no passado pra relembrar coisas boas e me certificar de que escondi as ruins, e nesse passeio desprogramado sempre fico surpreso com o comportamento que tive quanto os fatos ocorreram ou me frustro por não terem ocorrido.
Culpado!
Não me sinto culpado por ser eu, alias eu sou culpado por natureza então é desnecessário sentir culpa por algo que provém de nossa natureza.
No trabalho o gosto da incerteza me procura o tempo todo, o que fazer, como fazer, porque fazer, obrigações são como navalhas daquelas bem afiadas que com um só golpe podem te deixar no chão!
Só o fato de saber que eu pertenço a um grupo onde a hierarquia é hereditária já penso no monte de problemas e conflitos que isso pode ocasionar para o meu "eu", afinal sei que não nasci pra isso, mas, até a luta em sua essência tem que ceder pra conseguir ser vencedora.
O mundo tá ficando pequenino e vazio dentro de mim, um milhão de pessoas ao meu redor, na minha equação isso equivale a zero.
Por que sigo sendo assim? Quero sentar naquele monte de areia e ver as gaivotas dando razantes no mar e saindo de boca cheia, quero sentar do lado daquela arvore e observar a enorme aranha que faz sua teia ao meu lado sem se preocupar com a minha existência, quero pedalar no centro frio em uma pista plana, ir lá no alto daquela montanha só pra ver o gigante estelar acordar e dormir, ouvir aquela musica afinada que o coral de cigarras preparou só pro luar, ou até mesmo olhar formigas em suas enormes fileiras de soldados valentes se unindo para levar comida à rainha e proteger seu reinado.
Asopro a fumaça do cigarro no ar, apago a bituca e escolho o lugar do chão onde vou atira-la, me desligo dos meus pensamentos e sonho vãos abro a porta que eu preferia que nunca se abri-se novamente e me dirijo a cadeira onde por sobrevivência tenho que me sentar.
Acaba o almoço e este é mais um final de meu fim!

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